Neste projecto era pedido criar-se uma campanha publicitária e os seus suportes para uma instituição com poucos fins lucrativos. Logo, as escolhas em termos de suportes e materiais gráficos tinham de ser bem ponderados. O tema da campanha seria da minha inteira responsabilidade. Foi também pedido alguma originalidade na escolha do tema.
Como tenho uma grande ligação com animais, pensei em fazer uma campanha para as terapias com animais junto de crianças, mais concretamente o burro. Por estar em vias de extinção, por ser um animal bastante inteligente (de burro tem muito pouco) e por ser um animal excelente para as crianças. Mas por falta de acesso a esses animais, tive que pensar noutro tema.
Então surgiu-me um problema que tem vindo a crescer à medida que crescem as cidades...as necessidades fisiológicas de animais domésticos nos espaços públicos.
Com esta nova ideia, comecei a trabalhar na minha campanha.
Objectivos
Com esta campanha pretende-se apelar ao civismo dos donos dos animais domésticos, principalmente cães, sendo da sua responsabilidade recolher as sua necessidades fisiológicas para tornar o espaço público mais limpo. Através desta campanha publicitária distribuída em clínicas veterinárias, canis, associações de animais, lojas de animais, jardins públicos, caixotes do lixo espalhados pela cidade, postes… desenvolver, e lançar suportes gráficos para sensibilizar as pessoas para esta situação muito desagradável tanto para as pessoas que não têm animais domésticos que se sujam, como para as que têm, visto que algumas doenças fatais e sem cura para os animais transmitem-se através do contacto com fezes infectadas, e desta forma, tentar reduzir este comportamento pouco higiénico.
A campanha pretende, então, divulgar e mentalizar que é simples apanhar as necessidades fisiológicas do seu cão, e tornar um bom hábito de cada cidadão cívico.
Qual a pertinência desta campanha?
A maior densidade populacional tem-se vindo a notar nas cidades. Ao contrário do que acontece no meio rural em que as pessoas se conhecem todas, no meio urbano, acontece precisamente o oposto, as pessoas cada vez vivem mais sozinhas. Desta forma, sofrem com a solidão.
Para evitarem isso, adoptam/compram cães, gatos, pássaros, entre outros animais de estimação. E ao contrário dos outros animais de estimação, o cão é normalmente habituado a realizar as suas necessidades fisiológicas fora de casa do dono, logo no espaço público. E tem-se vindo a notar que os donos não têm o hábito de as apanhar com um saco e deitá-las num caixote do lixo. O problema é ainda mais preocupante quando numa rua com 10 prédios, em que cada prédio tenha 6 apartamentos, e se em cada apartamento existir um cão, haverá 60 cães a realizarem as suas necessidades fisiológicas no espaço público. Se os donos desses 60 cães não tiverem esse cuidado, aquele passeio torna-se intransitável para peões, pois os passeios estarão repletos de fezes, sujos e malcheirosos e por existir tanta matéria fecal torna-se um problema de saúde pública.
Para evitar-se esta situação muito desagradável, esta campanha é pertinente para mentalizar as pessoas que é simples recolher as necessidades fisiológicas do seu animal por uma questão de saúde pública e de civismo.
Principal suporte: sacos higiénicos
Para toda a campanha fazer sentido, re-desenhei este saco de recolha de resíduos sólidos com uma nova a ilustração através de pictogramas com a indicação que é um saco higiénico, gratuito, 100% biodegradável, e com mensagem desta campanha: “Por um passeio mais limpo! simples não é?”.
Este modelo de saco, pela forma de utilização, torna o acto de recolher as necessidades indirecta e menos repulsiva para quem o faz. Com os sacos plásticos, as pessoas sentem a textura e a temperatura, e sentem nojo de o fazer. Este modelo isso não acontece as abas são autênticas pás, que apanham e colocam dentro do saco, sem a pessoa ter mínimo contacto.
Neste suporte, restringi a utilização de cores, pois como vai ser distribuído gratuitamente, tem de ser o mais barato possível. Então, tanto as ilustrações como as letras estão só a preto (K=black).
Para o produto ser biodegradável e barato ao mesmo tempo, o papel mais adequado seria o reciclado, seja para o saco em si, seja para as pegas do saco. E com alguma acumulação dos resíduos sólidos com este papel, poderiam ser utilizados para a agricultura como fertilizante. (A pós a sua prévia desinfecção.)
No grafismo do saco, organizei a informação de forma lógica. Do lado direito as informações (sacos higiénicos, gratuito, biodegradável, Por um passeio mais limpo!, simples não é?) e no lado esquerdo, as ilustrações. Coloquei as mensagens do lado direito no superior, para o observador entender logo o que é aquele objecto e seguidamente as suas características - ser gratuito e biodegradável. No inferior, as mensagens da campanha visto que o observador irá continuar a "ler" e a observar o objecto para mais informações, logo, verá as mensagens. As ilustrações estão do lado esquerdo em coluna melhor entendimento de como se usa aquele saco e dando coerência com os restantes suportes.
Cartaz A3
Para manter coerência com o saco higiénico, utilizei as instruções ilustradas no cartaz.
Utilizei cores 2 cores para este suporte: preto e verde. Para ser barato bastante barato, e assim puder-se divulgar a mensagem por vários locais.
Escolhi como segunda cor, o verde por estar ligado à natureza e ao ambiente.
Para o tipo, escolhi a Gill Sans, por ser um tipo sem serife, e pelo seu desenho físico (geométrica) ser de fácil leitura. Para mais uma vez, passar a mensagem que pretendia sem ruído. Mantendo-se este tipo em toda a campanha.
A mensagem, ou slogan desta campanha propus que deveria ser: “Por um passeio mais limpo!” pois é disso mesmo que se trata toda a campanha. E como segunda mensagem: “simples não é?” porque é isso que quero que as pessoas entendam que é fácil e simples usarem o saco, sem se sujarem e contribuírem “por um passeio mais limpo”.
Achei importante apresentar a situação no município da Nazaré, que a situação de dejectos de canídeos tornou-se tal problema que o Presidente da Câmara Municipal mudou o regulamento para se aplicar coimas aos donos dos animais que não limpem os resíduos dos mesmos. Assim servia de exemplo.
Autocolante
Como representei nas ilustrações o caixote do lixo como depósito do saco, achei que era pertinente reforçar a ideia da recolha dos resíduos dos animais. Então, em tamanho A5, pensei num autocolante simples e barato para ser colado nos caixotes do lixo ou colar-se onde fosse pertinente.
Para ser barato, mais uma vez, restringi a quantidade de cores, desta vez utilizei o verde como única cor. Pois, como normalmente os caixotes são verdes, um colante verde, iria passar despercebido. Por isso, a folha será maioritariamente branca, e as ilustrações e o texto em verde.
Como se pode ver na imagem uma simulação, o autocolante é bem visivél mas não é ruído visual.
Placar de Jardim
Alguns donos dos animais não levam o seu animal de estimação ao passeio para fazerem as suas necessidades fisiológicas, e como o animal prefere mais relva e terra, os jardins públicos têm sido destruídos pelo excesso de fezes de animais. Achei importante arranjar um suporte para abranger esta situação.
Desta forma, pensei em montar um placar de dupla face em A2, em que pudessem ter uma abertura para retirar sacos que precisassem para a campanha.
Este placar deveria ser feito em acrílico com 5mm de espessura para ser pesada e aguentar com as variações de clima, e deveria de ter uma estrutura de metal, com pernas para serem enterradas na terra, para o mesmo efeito. No meio do placar estará uma caixa com os sacos, onde estará alinhado a abertura que terá o placar. Como podem ver na simulação que apresento ao lado.
Neste suporte achei que seria interessante manter o verde na mior parte da superfície, por ser um jardim e vincular a ligação com a natureza. Mas para a impressão ser barata, restringi a quantidade de cores novamente, só verde, e deixando as letras em branco para criar contraste. Como é possível ver na imagem.
O texto que apliquei foi as mensagens principais desta campanha, mas mudei uma palavra “passeio” por “jardim”, pois a primeira não fazia sentido devido à localização do suporte. E introduzi uma indicação por baixo da ranhura, que aí estariam os sacos higiénicos.
Nas ilustrações, acrescentei mais uma, para informar que poderia retirar sacos desse suporte.
Caixa para os sacos higiénicos
Como sei que as lojas de produtos para animais e clínicas veterinárias são estabelecimentos comerciais, entregar os sacos sem qualquer caixa e apresentados em cima do balcão, iriam se estragar com o movimento que há junto aos balcões. Para evitar essa possibilidade, decidi desenhar uma caixa que poderá ser colocada em cima do balcão, e que os sacos puderam ser retirados com facilidade.
Para manter a coerência gráfica com os sacos e o cartaz, na parte superior da caixa, a disposição do texto e das ilustrações são iguais ao saco, numa só cor - verde.
Na parte frontal da caixa está novamente a indicação que o conteúdo é sacos higiénicos e as suas características.
E nas partes laterais está desenhada a flor estilizada presente na última ilustração para a indicação de natureza/ambiente.
Página de Revista em A4
Como os bons donos que gostam de se informar acerca de novos produtos para os seus “pets” compram revistas sobre animais de estimação e há uma revista distribuída gratuitamente em clínicas veterinárias e lojas de animais, achei uma boa forma de difusão desta ideia através deste meio de comunicação. Embora se pague para se publicar, mas revista como a “Instinto”, distribuída gratuitamente, tem um preço muito mais baixo que as restantes.
Logo, em formato A4, fiz o último suporte desta campanha.
Seria um anúncio de uma única página, do lado direito, que é onde o leitor tem a tendência de olhar assim que abra a revista.
Como a revista não restringe-se a nível da cor, mas para manter a mesma linguagem com o resto da campanha, mantive as duas cores do cartaz - verde e preto.
A nível gráfico, mantive as ilustrações, mas destaquei a última, para chamar a atenção para o leitor não passar a página, e observar a página para perceber o porquê daquela imagem.
Mantive o fundo verde como no cartaz em A3, o texto também é o mesmo. Coloquei o slogan no meio da página e da largura da coluna das ilustrações para dar ênfase á mensagem que quero passar.